janeiro 08, 2005
O Que Aprendi No Colégio
[Sobre o post passado...]
Humilhação. Palavra muito comprida que, incrivelmente, me lembra humildade! Ao mesmo tempo em que lembra, repele com uma força inimaginável!
Eu não sou a dona do bom senso, mas o ser humano tem muito disso dentro de si mesmo. Cabe a ele fazer o que lhe convém com tal conceito. E as crianças – ah, aquelas pobres coitadas! – nascem com um espírito de competição que ninguém consegue entender! E a caixinha do “bom senso” permanece lacrada, intocada e incompreendida pelos seus donos infantes.
Naquelas sessões “aula de Educação Física, a diversão da garotada”, entram em cena a fúria e o “estrelismo” – “eu quero vencer, eu quero jogar, eu quero aparecer”! Sim, as crianças da minha sala eram assim. Só faltavam subir nos pescoços alheios para conseguirem a vitória! A glória da medalha de ourina pura significava muito mais do que dividir a vitória ou a eventual derrota com os amigos de time. Eram como um bando de urubus em cima da carniça!
Eu nem sei como voltei pra casa, certa vez, de medalha na mão! Eu, que nunca joguei nas Olimpíadas do colégio, com aquela Honra ao Mérito desmerecida! O banco de reserva no basquete era meu lugar favorito – e de onde as outras garotas (uns três metros mais altas do que eu) não queriam que eu saísse!
Eu nunca deixei ser humilhada por algo que eu considerasse pouca coisa. E entre as poucas coisas se incluíam aquelas coleguinhas que também faziam cara de choro por me terem em seus times. Quem não me quer, não me merece ou falem bem ou falem mal, mas falem de mim sempre foram os lemas da minha vida (irônico?). Por mais que criticassem minha pouca altura, minha desenvoltura inexistente com a bola, eu dava as costas ao mundo e soltava um “sou mais eu!”. Nada de aulas de Educação Física onde me ensinavam a quebrar um braço ou torcer um pé. Não gostava, não participava. Assim eu me poupava daquela elite desmiolada dos meus tempos de Ensino Fundamental.
Voltando à idéia inicial e concluindo o lero-lero, humilhação nasce da carência de humildade. Ninguém é mais do que ninguém pra se sentir superior (nem as girafas do basquete eram superiores a mim!). Humilha aquele que inúmeras características negativas possui, nas quais se inclui a inveja. Humilha quem não tem personalidade e, assim, procura abalar o caráter forte alheio, para se sentir mais à altura dele. Enfim, humilha quem não tem a humildade suficiente de retirar o lacre da caixinha de bom senso...
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[Lançando um tema...]
“Isso é seu e isso é da mamãe, tá, filhinha?”. A cena se repete em toda casa, entre todas as mães e seus filhos: a típica divisão de bens (DB). Tudo feito para que os objetos “do papai e da mamãe” não sejam destruídos pelo “guti-guti” que mal pára em pé ainda.
Egoísmo é uma palavra bastante presente durante o desenvolvimento dos pequenos e, na nova DB que aí surge, preserva-se os objetos pessoais infantis para uso estritamente individual! “Me dá isso, isso é meeeu!” e dá-lhe “buás” e choramingos nos ouvidos de nós, pobres Cristãos! “Posso brincar com a sua boneca?” e a resposta vem seca, curta e grossa “não, ela é minha!!!”.
O mais estranho é que as crianças têm esse quê temperamental, mas, quando gostam realmente da outra pessoa, entregam a boneca, o carrinho, o bico, a fralda, o braço, a mão e o pé a ela! Como elas podem ser assim tão...contraditórias?
Por Louise Gracielle, às 9:23 PM.
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